Os idosos no Brasil

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Respeito aos cabelos brancos

O rápido envelhecimento da população brasileira, seguindo tendência mundial, e a maior dependência do rendimento do idoso no sustento familiar torna muito oportuno o debate sobre a situação desses cidadãos na sociedade.
O Brasil, que durante décadas foi apontado como um país jovem, vai, aos poucos, enxergando uma imagem mais madura na frente do espelho. Segundo o Censo de 2000, do IBGE, menos da metade da população (49,7%) está abaixo dos 24 anos. Em 1991 eram 54,2% nessa faixa etária e 4,3% dos brasileiros acima de 60 anos eram chefes de família. Hoje, 5,3% dos idosos são responsáveis pela sobrevivência familiar.
Nossa cultura valoriza muito a juventude, pelo histórico de país jovem e, sobretudo, por conta dos recentes estudos que apontam o grande potencial de consumo dos adolescentes.
Vincular maior alegria e prazer de viver ao jovem é um argumento de nosso cotidiano – na família, na mídia e nas campanhas de marketing – mas que se acentua no contexto de uma sociedade global de característica hedonista e fundamentada na cultura do descartável.
O preconceito contra o idoso está presente nessa sociedade e, com freqüência, é manifestado pela falta de sensibilidade e de solidariedade, numa atitude em que torna depreciativo o destino inevitável de todos nós: sermos testemunhas do tempo.
Envelhecer é o exercício de viver, tanto que nas sociedades orientais é entendido como sabedoria. De forma oposta, no ocidente, é notado pela alteração de algumas funções orgânicas. O próprio adjetivo “velho” nos dicionários figura como: obsoleto, antiquado e gasto pelo uso, mas esquecemos que na linguagem coloquial “meu velho” traduz camaradagem, confiança, amizade e companheirismo – este é o real significado do envelhecimento.
Na sociedade atual, em que o tempo e a velocidade ditam a ordem e a intensidade das relações, o idoso tem seu próprio ritmo, o que não quer dizer que seja menos competente. Existem limitações sim, que são plenamente superadas pela experiência. Ver o idoso como problema é ter uma visão míope do próprio futuro.
Ao reunir os maiores especialistas do país, em diversas áreas, renomados internacionalmente, este guia visa a promover a melhor compreensão do idoso, pelos familiares, pela comunidade e pelo próprio, com orientações para um envelhecimento sadio e harmonioso.
O médico carioca Alexandre Kalache, doutor em saúde pública pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, e coordenador do Programa de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), aponta que para assegurar o envelhecimento saudável é preciso investir não apenas em políticas de saúde, mas também em educação, programas sociais e até no meio ambiente. Não adianta convencer as pessoas de que ser sedentário não é uma boa, se elas vivem numa cidade violenta, com iluminação inadequada, com péssimo transporte público. Essas são condições que tornam o idoso vulnerável, mesmo que esteja saudável. Ele pode tropeçar num buraco da calçada, por exemplo, e, para evitar riscos, não sair de casa. Isolado e sem conseguir caminhar, a qualidade de vida só pode piorar. Qualquer projeto de envelhecimento deve envolver diversos setores e sensibilizar toda a população, de jovens a velhos.
Acredito que precisamos de um esforço coletivo para fazer com que as pessoas tenham a percepção de que vivemos um momento sem precedentes na história, que é o envelhecimento rápido de todas as populações do mundo e em particular as dos países do Terceiro Mundo. Segundo a OMS, nunca houve o fato de um país ser pobre e estar envelhecendo. Os países desenvolvidos primeiro ficaram ricos, depois envelheceram. Os países em desenvolvimento estão envelhecendo antes de ficarem ricos.
Esse é mais um desafio para a sociedade brasileira. Vejo com otimismo as iniciativas e as campanhas de marketing dirigidas ao cidadão da terceira idade, que denotam a inserção do idoso no prazer de consumir, de seguir moda, de ter produtos voltados às suas necessidades, de ter acesso ao crédito - sem críticas, sem marginalização e com muito respeito.
Elcio Anibal de Lucca
Presidente da Serasa

Envelhecimento da População Brasileira * * * Uma Contribuição Demográfica



Ana Amélia Camarano



Introdução



O envelhecimento populacional é, hoje, um proeminente fenômeno mundial. No caso brasileiro, pode ser exemplificado por um aumento da participação da população maior de 60 anos no total da população nacional: de 4% em 1940, para 8,6% em 2000.(1) Além disso, a proporção da população “mais idosa” ou seja, a de 80 anos e mais, também está aumentando, alterando a composição etária dentro do próprio grupo, ou seja, a população considerada idosa também está envelhecendo (Camarano et alii, 1999). Isso leva a uma heterogeneidade do segmento populacional chamado idoso.
O envelhecimento populacional significa um crescimento mais elevado da população idosa em relação aos demais grupos etários. Isso é resultado de suas mais altas taxas de crescimento, dada a alta fecundidade prevalecente no passado, comparativamente à atual, e também à redução da mortalidade. Isso se traduz no aumento do número absoluto e relativo de idosos, no tempo vivido por eles, no envelhecimento de certos segmentos populacionais, como a População Economicamente Ativa (PEA), no envelhecimento das famílias (crescimento do número de famílias nas quais existe pelo menos um idoso) e na mudança nos arranjos familiares.
Esse processo altera a vida do indivíduo, as estruturas familiares e a sociedade. Por isso, não obstante os dois fatores responsáveis por ele terem sido resultados de políticas e incentivos promovidos pela sociedade e pelo Estado e do progresso tecnológico, as suas conseqüências têm sido, em geral, vistas com preocupação, por acarretarem pressões para a transferência de recursos à sociedade, colocando desafios para o Estado, os setores produtivos e as famílias. Por exemplo, em 1994, um documento do Banco Mundial afirmava que o aumento da expectativa de vida ao nascer e o declínio da fecundidade nos países em desenvolvimento estavam provocando a “crise da velhice”. Esta é traduzida por uma pressão nos sistemas de Previdência Social, a ponto de pôr em risco não somente a segurança econômica dos idosos, mas o próprio crescimento econômico.(2) As próprias Ciências Sociais se sentem desafiadas no seu papel de buscar uma compreensão para essa transformação, bem como de fornecer instrumental para avaliar o seu impacto nas condições de vida e nas políticas públicas.
Reconhece-se, no entanto, que o envelhecimento é um processo de perdas biológicas e sociais, que traz vulnerabilidades que são diferenciadas por gênero, idade, grupo social, raças e regiões geográficas, entre outros. É diferenciado também o momento (a idade) em que elas se iniciam. Tais vulnerabilidades são afetadas pelas capacidades básicas (com as quais o indivíduo nasceu), pelas capacidades adquiridas ao longo da vida e pelo contexto social em que os indivíduos encontram na sua fase de vulnerabilidades. Dessa forma, políticas públicas podem ter um papel fundamental na redução do seu impacto sobre o indivíduo e a sociedade. O caso brasileiro ilustra bem isso.



Os idosos no Brasil



Os idosos são hoje 14,5 milhões de pessoas, 8,6% da população total do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2000. O instituto considera idosas as pessoas com 60 anos ou mais, mesmo limite de idade considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países em desenvolvimento. Em uma década, o número de idosos no Brasil cresceu 17%, em 1991, ele correspondia a 7,3% da população.
O envelhecimento da população brasileira é reflexo do aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade. Prova disso é a participação dos idosos com 75 anos ou mais no total da população - em 1991, eles eram 2,4 milhões (1,6%) e, em 2000, 3,6 milhões (2,1%).
A população brasileira vive, hoje, em média, de 68,6 anos, 2,5 anos a mais do que no início da década de 90. Estima-se que em 2020 a população com mais de 60 anos no País deva chegar a 30 milhões de pessoas (13% do total), e a esperança de vida, a 70,3 anos.
O quadro é um retrato do que acontece com os países como o Brasil, que está envelhecendo ainda na fase do desenvolvimento. Já os países desenvolvidos tiveram um período maior, cerca de cem anos, para se adaptar. A geriatra Andrea Prates, do Centro Internacional para o Envelhecimento Saudável, prevê que, nas próximas décadas, três quartos da população idosa do mundo esteja nos países em desenvolvimento.
A importância dos idosos para o País não se resume à sua crescente participação no total da população. Boa parte dos idosos hoje são chefes de família e nessas famílias a renda média é superior àquelas chefiadas por adultos não-idosos. Segundo o Censo 2000, 62,4% dos idosos e 37,6% das idosas são chefes de família, somando 8,9 milhões de pessoas. Além disso, 54,5% dos idosos chefes de família vivem com os seus filhos e os sustentam.
O Estatuto do Idoso
Após sete anos tramitando no Congresso, o Estatuto do Idoso foi aprovado em setembro de 2003 e sancionado pelo presidente da República no mês seguinte, ampliando os direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos. Mais abrangente que a Política Nacional do Idoso, lei de 1994 que dava garantias à terceira idade, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar ou abandonar cidadãos da terceira idade. Veja os principais pontos do estatuto:
Saúde
O idoso tem atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS).
A distribuição de remédios aos idosos, principalmente os de uso continuado (hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses.
Os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o critério da idade.
O idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende.
Transportes Coletivos
Os maiores de 65 anos têm direito ao transporte coletivo público gratuito. Antes do estatuto, apenas algumas cidades garantiam esse benefício aos idosos. A carteira de identidade é o comprovante exigido.
Nos veículos de transporte coletivo é obrigatória a reserva de 10% dos assentos para os idosos, com aviso legível.
Nos transportes coletivos interestaduais, o estatuto garante a reserva de duas vagas gratuitas em cada veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Se o número de idosos exceder o previsto, eles devem ter 50% de desconto no valor da passagem, considerando-se sua renda.
Violência e Abandono
Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão.
Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado e a pena varia de seis meses a um ano de reclusão, além de multa.
Famílias que abandonem o idoso em hospitais e casas de saúde, sem dar respaldo para suas necessidades básicas, podem ser condenadas a penas de seis meses a três anos de detenção e multa.
Para os casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados da alimentação e de cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de dois meses a um ano de prisão, além de multa. Se houver a morte do idoso, a punição será de 4 a 12 anos de reclusão.
Qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens, cartão magnético (de conta bancária ou de crédito), pensão ou qualquer rendimento do idoso é passível de condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão, além de multa.
Entidades de Atendimento ao Idoso
O dirigente de instituição de atendimento ao idoso responde civil e criminalmente pelos atos praticados contra o idoso.
A fiscalização dessas instituições fica a cargo do Conselho Municipal do Idoso de cada cidade, da Vigilância Sanitária e do Ministério Público.
A punição em caso de mau atendimento aos idosos vai de advertência e multa até a interdição da unidade e a proibição do atendimento aos idosos.
Lazer, Cultura e Esporte
Todo idoso tem direito a 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer.
Trabalho
É proibida a discriminação por idade e a fixação de limite máximo de idade na contratação de empregados, sendo passível de punição quem o fizer.
O primeiro critério de desempate em concurso público é o da idade, com preferência para os concorrentes com idade mais avançada.
Habitação
É obrigatória a reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos nos programas habitacionais públicos ou subsidiados por recursos públicos.
Cuide de sua saúde
Doenças mais comuns
O envelhecimento acarreta mudanças no organismo do indivíduo e, geralmente, traz consigo algumas doenças. Segundo Luiz Roberto Ramos, diretor-científico da Sociedade Brasileira de Geriatria, estudos indicam que todas as pessoas estão propensas a ter pelo menos uma doença crônica quando ficarem mais velhas. O envelhecimento será bem ou malsucedido de acordo com a capacidade funcional que a pessoa conseguir manter ao chegar à terceira idade.
Por isso, atitudes preventivas, como alimentação e atividades físicas, entre outras, são importantes. Cabe lembrar que nunca é tarde para iniciar qualquer atividade física, com acompanhamento médico. Parar de fumar é outra atitude importante. Mesmo que uma pessoa só tome essa decisão ou venha a concretizá-la aos 75 anos, e por isso não consiga mais prevenir o surgimento de doenças, ela conseguirá reabilitar-se.
As doenças mais letais são as cardiovasculares, entre elas a hipertensão e o diabetes, que podem evoluir para a insuficiência cardíaca. Segundo dados de 97 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as doenças do aparelho circulatório são responsáveis por 39,4% dos óbitos masculinos e 36,3% dos femininos entre os idosos. As neurodegenerativas (Mal de Parkinson e Mal de Alzheimer) não ocasionam a morte do paciente, mas afetam sua autonomia. Devido à sua complexidade, pouco se sabe sobre a prevenção. Outro problema freqüente é a depressão. De um quarto a três terços da população idosa mundial apresenta a doença. A depressão pode tornar o idoso dependente de outras pessoas e incapacitá-lo para a realização de suas atividades diárias. É importante procurar um médico, assim que identificados os primeiros sinais da doença, pois ela pode ser facilmente tratada com antidepressivos, se diagnosticada.
O câncer, uma mutação das células que se caracteriza como a principal causa de morte nos países desenvolvidos, tende a aumentar no Brasil com o envelhecimento da população. Segundo Ramos, quem chega aos 80 anos de idade dificilmente apresentará a doença. Para a pessoa com câncer ou qualquer outra doença, principalmente as neurodegenerativas ou a depressão, em qualquer quadro, a participação da família é fundamental, oferecendo apoio ao paciente e estando atenta aos sintomas.
Principais doenças
Cardiovasculares

(enfarto, angina, insuficiência cardíaca)
São fatores de risco para essas doenças o sedentarismo, o fumo, o diabetes, o colesterol alto e a obesidade. Entre os sintomas das doenças estão falta de ar, dor no peito, palpitações e inchaço. Para preveni-las é preciso praticar atividades físicas, não fumar, controlar o peso, o colesterol e o diabetes. Como atividade física, pode ser adotada a caminhada, três vezes por semana, com duração de meia hora.
Derrames
(acidente vascular cerebral)
Os fatores de risco são semelhantes aos das doenças cardiovasculares (fumo, sedentarismo, obesidade e colesterol alto), além da hipertensão. A prevenção, também, é feita por meio de atividades físicas e controle da pressão arterial, do peso e do colesterol, além do abandono do cigarro.
Pneumonia
Pacientes idosos com gripe, enfisema e bronquite anteriores e os que estão imobilizados na cama estão no grupo de risco da doença. Seus sintomas são febre, dor ao respirar, escarro e tosse. Umas das mais eficazes formas de prevenção é a vacinação, tanto contra a gripe como contra a pneumonia (leia capítulo sobre vacinas).
Câncer
Pessoas que fumem, apresentem um histórico de exposição ao sol intensa e freqüente, tenham alimentação inadequada ou problemas de alcoolismo, sejam obesas ou possuam algum caso de câncer na família têm maior propensão a desenvolver a doença. A realização de exames e a consulta periódica ao médico são métodos eficazes de prevenção e diagnóstico da doença em estado inicial. É aconselhável, também, evitar o sol em excesso e não fumar.
Enfisema e bronquite crônica
Entre os fatores de risco dessas doenças estão o fumo, a ocorrência de casos na família e a poluição excessiva. Os médicos recomendam manter a casa ventilada e aberta ao sol, além de parar de fumar. Os sintomas são tosse, falta de ar e escarro.
Infecção urinária
Homens que sofrem de retenção urinária e mulheres de incontinência correm o risco de apresentar a doença, cujos sintomas são ardor ao urinar e vontade freqüente de ir ao banheiro.
Osteoporose
Mais comum nas mulheres, em quem o risco é sete vezes maior, é resultado do enfraquecimento dos ossos do corpo. Dieta pobre em cálcio, fumo e sedentarismo são agravantes da doença. Geralmente a osteoporose é diagnosticada quando o paciente sofre alguma fratura. A prevenção é feita por meio de atividades físicas, dieta com alimentos ricos em cálcio (leia capítulo sobre alimentação) e abandono do cigarro.
Diabetes
As pessoas que apresentam essa doença têm como sintomas muita sede e aumento no volume de urina. São fatores de risco a obesidade, o sedentarismo e a existência de casos na família. Os médicos orientam os pacientes a controlar o peso e a taxa de açúcar no sangue.
Osteartrose
As dores nas juntas de sustentação (joelho, tornozelo e coluna) e nas mãos são os principais sintomas da doença, cujos fatores de risco são obesidade, traumatismos e casos na família. Para se prevenir, é preciso controlar o peso e praticar atividades físicas.
Depressão
Não há uma causa única para a depressão. Ela pode ser motivada por fatores psicológicos, como a perda de um ente querido, uma situação de dependência de familiares e doença grave, assim como por mudanças no funcionamento químico do cérebro. O fator genético também é importante. O tratamento é feito à base de antidepressivos.
Mal de Parkinson
É causado pela morte de neurônios ou pela perda da capacidade da célula nervosa de atuar no controle dos movimentos do corpo. O paciente apresenta tremores, rigidez nos músculos, dificuldades de locomoção e equilíbrio. Tratamentos com medicamentos reduzem os efeitos da doença. Não há modo de prevenção.
Alzheimer
É a forma mais comum de demência entre os idosos. Age nas partes do cérebro que controlam o pensamento, a memória e a linguagem. Os médicos ainda não descobriram qual a causa da doença, mas sabem que a idade é um dos principais fatores de risco. Os sintomas aparecem de forma lenta, primeiramente, com a dificuldade de lembrar-se de eventos recentes, nomes de pessoas e coisas familiares, até chegar a um grave dano cerebral. Nenhum tratamento pode deter o Alzheimer, mas há medicamentos que amenizam alguns sintomas.

Catarata
Atinge o cristalino, a chamada lente do olho, formando uma camada que atrapalha e deixa a visão nebulosa. Pode levar à cegueira, mas uma cirurgia simples remove a catarata, devolvendo a visão ao paciente. O índice de recuperação satisfatória chega a 90% dos casos.
Glaucoma
É causado pelo aumento da pressão dentro do olho, o que pode afetar o nervo óptico e causar a perda da visão. Na maioria dos casos, as pessoas não apresentam sintomas quando a doença ainda está se desenvolvendo, antes de atingir o nervo óptico. A melhor forma de prevenir-se é fazer exames regulares. O tratamento pode incluir medicamentos e cirurgia.
Quando fazer exames
(Se o organismo apresentar algum tipo de alteração, o médico deve recomendar exames mais freqüentes)
Glicemia – anualmente
Pressão ocular – anualmente
Urina – anualmente
Próstata – anualmente
Ginecológico – anualmente
Colesterol – anualmente
Disque-Saúde 0800-611997
Funciona todos os dias da semana, das 8 às 18 horas. Oferece informações sobre doenças e recebe denúncias de mau atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Vacinas: Mais proteção para os idosos
Não são apenas as crianças e os adolescentes que precisam se imunizar. Os adultos e os idosos também devem continuar recebendo doses de vacinas para se proteger de várias doenças. As seguintes vacinas estão à disposição no sistema público de saúde:
As essenciais
Dupla tipo adulto (difteria e tétano)
Protege o organismo contra a difteria e o tétano. Esse acomete com freqüência os idosos, devido a ferimentos domésticos e porque as pessoas que hoje têm mais de 60 anos não foram, na adolescência e na infância, alvo de campanhas de vacinação. Causado por uma bactéria, o tétano atua nos terminais nervosos. Seus principais sintomas são espasmos e rigidez muscular.
É preciso tomar a vacina a cada dez anos. O adulto que nunca tomou a vacina ou desconhece quantas doses tomou deve receber três doses, com intervalo mínimo de 30 dias entre cada uma. Depois, é preciso tomar uma dose de reforço a cada dez anos. Se a pessoa se ferir e só tiver tomado uma dose ou não se lembrar de quantas tomou, precisará tomar as três doses, além do soro antitetânico. A vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Influenza
Também é conhecida como a vacina contra a gripe. O vírus Influenza provoca a gripe, cujos sintomas são febre alta, dor de garganta, dores no corpo, fraqueza e mal-estar. Nos idosos, a infecção pode evoluir com mais facilidade para uma pneumonia. É bom lembrar que a gripe é diferente do resfriado, causado por outros vírus e com sintomas mais fracos. A vacina requer uma dose a cada ano, administrada nas campanhas de vacinação do Ministério da Saúde.
Contra a pneumonia
Protege o organismo contra a pneumonia causada pela bactéria pneumococo. Em pessoas com mais de 60 anos, a doença é três vezes mais freqüente, além da mortalidade ser maior, razões pelas quais a vacina se torna importante nessa faixa etária. No sistema público de saúde, ela é destinada a idosos hospitalizados ou internados em casas geriátricas e asilos. A vacina tem uma única dose, com reforço após cinco anos. Entre os sintomas da pneumonia estão febre, calafrios, dor no tórax, tosse com catarro e falta de ar.
Outras vacinas
Hepatite B
É uma doença do fígado que em algumas pessoas não apresenta sintomas. Em outras, o doente pode ter sintomas semelhantes aos da gripe: febre baixa, dores musculares e articulares, dor abdominal e diarréia. Cerca de 10% dos pacientes não desenvolvem a doença, mas correm o risco de ter cirrose ou câncer de fígado no decorrer dos anos. No caso dos idosos, o risco é que a hepatite B evolua para formas mais graves. A vacina contra a hepatite B tem indicação universal, ou seja, todos deveriam tomá-la, sendo recomendadas três doses - duas com intervalo de um mês e a terceira cinco meses após a segunda dose. A vacina não está disponível para adultos na rede pública de saúde.
Febre amarela
Deve ser tomada por todas as pessoas que moram ou viajam para regiões de risco no País, entre as quais Mato Grosso, Pará, Goiás, Amazonas e a região oeste dos Estados de São Paulo e Minas Gerais. A febre amarela é uma doença infecciosa de curta duração (no máximo dez dias). Os sintomas gerais são febre, calafrios, dores de cabeça e musculares, náuseas, vômitos e fotofobia (sensibilidade dos olhos à luz). Nos idosos, a febre amarela pode evoluir para um quadro mais grave (queda de pressão, sangramentos e icterícia). A vacinação deve ser realizada dez dias antes da data marcada para a viagem às regiões de risco. Quem já tomou a vacina, deve se imunizar, novamente, e esperar três dias para iniciar a viagem. O sistema público de saúde dispõe dessa vacina.
De olho nos remédios
Os medicamentos são parte da rotina de praticamente toda pessoa que está na terceira idade. Estudos mostram que cerca de 70% dos idosos têm ao menos uma doença crônica que requer tratamento médico e terapêutico, ou seja, uso de fármacos. No Brasil, os idosos consomem, em média, de 2 a 3,4 medicamentos por dia. Tomar vários medicamentos com horários e doses diferentes nem sempre é fácil, principalmente para as pessoas que têm problemas de memória.
Além da dificuldade que o variado número de medicamentos pode trazer ao dia-a-dia do idoso, também muda a forma como os remédios agem no corpo. Uma das diferenças está no fato de que, ao envelhecer, o corpo perde água e tecidos (principalmente músculos) e ganha mais gordura, o que pode fazer com que determinado medicamento fique mais tempo no organismo. Problemas nos rins e no fígado também acarretam dificuldade na eliminação de fármacos. Por isso, é preciso que o paciente converse com seu médico, atentando para todos esses fatores na hora de receber a receita de um remédio.
Dicas gerais
Não compre medicamentos em feiras livres ou camelôs.
Só recorra a remédios caseiros após falar com o seu médico.
Não compre vitaminas sem orientação médica.
Exija a nota fiscal de todo remédio que você comprar.
Não tome remédios receitados por amigos, familiares ou balconistas de farmácias e não dê ou indique medicamentos a outras pessoas.
Não acredite nos remédios milagrosos (para reduzir peso, contra calvície e outros) anunciados na TV.
Use o medicamento apenas durante o tempo recomendado e fique atento ao prazo de validade dos medicamentos.
Não repita receitas. Lembre-se de que somente o médico pode avaliar se o tratamento deve continuar ou não.
Em casa
Faça uma lista dos remédios, anotando o nome de cada medicamento, o médico que o receitou, a dose e o horário em que devem ser tomados, e coloque-a junto aos mesmos ou em local visível. Guarde, também, uma cópia em sua carteira.
Leia e guarde as bulas dos remédios.
Tome o medicamento na dose exata e no horário indicado pelo médico.
Com freqüência, faça uma limpeza em seus armários e jogue fora os remédios vencidos. Nunca tome medicamentos fora da validade.
Chame imediatamente seu médico, quando tiver algum problema com os medicamentos.
Não interrompa o tratamento sem a autorização do médico nem reduza a dose sem sua orientação.
Não misture álcool com remédios.
Para lembrar dos horários de tomar o remédio, associe a ingestão do medicamento à sua rotina, como, por exemplo, escovar os dentes. Coloque lembretes no espelho do banheiro, calendários na cozinha e use caixas plásticas com divisões para separar os remédios por horário e dia da semana.
Proteja os seus medicamentos da luz, da umidade e do calor. O banheiro, a cozinha e o carro não são locais adequados para guardá-los.
Coloque na geladeira os remédios que devem ser guardados em temperaturas baixas (como, por exemplo, vacinas e insulina), evitando que sejam congelados.
Evite tomar os medicamentos deitado. Tome-os com água e não com refrigerantes, café, chá ou bebidas quentes.
No consultório

Informe sempre seu médico sobre os problemas que teve com medicamentos (irritações na pele, indigestão, falta de apetite, enjôo e tontura, por exemplo).
Antes de começar o tratamento pergunte ao médico qual a maneira correta de tomar os medicamentos.
Pergunte ao seu médico se é possível tomar o remédio junto com as refeições. Alguns medicamentos têm sua eficácia reduzida nessas condições.
Sempre pergunte ao seu médico se há alternativas terapêuticas para o tratamento.
Como se alimentar corretamente
Embora importante para a qualidade de vida, fatores como a falta de vontade de cozinhar, a dificuldade na mastigação por causa de próteses e dentaduras e pouco dinheiro contribuem para a má nutrição dos idosos. Segundo Vanderli Marchiori, diretora da Associação Paulista de Nutrição, nessa fase da vida, há redução da massa muscular, por isso, a dieta precisa ser rica em proteínas.
Além disso, muitos idosos são obesos, porque a atividade física é reduzida, a necessidade energética (em calorias) do organismo cai e o corpo ganha mais gordura ao envelhecer. Muitas vezes, a reeducação alimentar do idoso só ocorre após doenças cardíacas, diabetes etc.

A participação da família é importante. É papel dos filhos incentivar os pais a adotar uma alimentação mais saudável. Isso fica mais difícil se o idoso mora sozinho, mas, mesmo assim, a tarefa não é impossível. Ao visitá-lo, os filhos podem levar alimentos nutritivos, como bolo de cenoura ou tortas recheadas com legumes. Se o idoso mora com algum membro da família, a tarefa é valorizar cada refeição saudável.
Segundo Vanderli Marchiori, os idosos geralmente são encarregados de fazer o almoço e o jantar da família, pois, sem tempo, os filhos deixam essa tarefa para os pais, que gostam da incumbência. Como a maioria não vai às compras, cabe aos filhos a seleção dos ingredientes para cada refeição, o que torna mais fácil o controle dos hábitos alimentares do idoso. Os filhos também devem ficar vigilantes no caso do consumo de frutas, já que os idosos apresentam uma certa resistência a adotá-las em seu cardápio.

Dicas gerais
Alimentação mais saudável
Restrinja o consumo de lingüiça a uma vez a cada 15 dias, mesmo que você aprecie muito este alimento. Como alternativa, você pode optar pela lingüiça de frango ou de peru.
Não limite seu consumo de carne à sardinha em lata, ainda que ela seja uma opção barata e rica em proteínas.
Tome de seis a oito copos de água por dia, mesmo que, habitualmente, você esteja acostumado a consumir chás e sucos. Lembre-se de que a partir dos 60 anos aumenta a propensão da pessoa ficar desidratada.
Consuma chá de erva-doce, pois ele é bom para a digestão.
Inclua os iogurtes em seu cardápio. Eles são indispensáveis para aumentar a atividade do sistema imunológico.
Opte pelos integrais, ao comprar pão. Eles possuem mais vitaminas A e E e minerais que ajudam as funções cerebrais.
Faça legumes e verduras no vapor, cozinhando-os bem, para facilitar a mastigação.

Coma a cada três horas, alternando, entre uma refeição e outra, frutas e chás.
Não tente fazer as dietas da moda. Elas não se ajustam às necessidades do idoso.
Nunca faça uma atividade física ou fisioterapia em jejum. Ao término de qualquer atividade física, faça uma alimentação rápida e leve, coma de preferência uma fruta.
Verifique quais são os remédios que causam ânsia de vômito e azia, e peça para o médico programá-los para horários distantes das refeições.
Ingira 1.800 calorias diárias, se for homem, ou 1.600, se for mulher.
Use ervas, alecrim, salsinha, coentro, orégano e gengibre, entre outras, para acentuar o sabor dos alimentos, sem abusar do sal, mesmo que você não sofra de hipertensão.
Em caso de doenças ou deficiências
Dificuldade de mastigar
Privilegie pratos cremosos, como sopas e purês, além de carne moída, frango desfiado e peixes, panquecas, macarrão à bolonhesa, rocambole de carne moída e bolo com frutas.
Anemia
(deficiência de ferro e vitamina A)
Coma folhas verde-escuras (espinafre, brócolis, rúcula, couve, agrião e chicória) e carne vermelha sem gordura.
Osteoporose
Consuma produtos lácteos (derivados do leite), como queijos, requeijão, com exceção de margarina e manteiga, e alimentos à base de soja.
Tome banho de sol, diariamente, por 15 minutos.
Hipertensão
Não consuma sal, embutidos (salsicha, lingüiça, presunto etc.), enlatados e leite.
Para temperar a comida, use ervas (salsinha, alecrim, coentro e orégano, por exemplo) e gengibre.
Diabetes
Não consuma açúcar branco e gorduras. Coma alimentos ricos em fibras (frutas, verduras e legumes). O uso do adoçante é liberado. Os melhores são à base de aspartame e estévia, pois são mais naturais.
Prisão de ventre
Consuma alimentos ricos em fibras. Tome água. Evite refrigerantes em razão da formação de gases.
Cuidados com os alimentos
Guarde os alimentos e os produtos de limpeza separadamente.
Verifique se as embalagens estão em boas condições, na hora da compra. Não compre latas se estiverem amassadas ou estufadas.
Caso não consuma todo o conteúdo de uma lata, guarde o que sobrou em uma vasilha de plástico ou de vidro.
Lave bem frutas e verduras antes de consumi-las e as embalagens dos alimentos antes de abri-las.

O que o corpo precisa
A pirâmide alimentar ajuda a elaborar o cardápio diário de um adulto. Na base estão os alimentos que devem ser consumidos em maior quantidade. Na ponta, os que, apesar de importantes, precisam de moderação no consumo diário. A pirâmide indica quantas vezes cada tipo de alimento, encontrado em cada um dos três grupos, deve ser consumido diariamente.
Alimentos energéticos
São o combustível do ser humano, pois têm carboidratos e gorduras, fornecendo a energia para se movimentar, trabalhar e realizar as atividades cotidianas.
Podem ser encontrados nos cereais (arroz, milho, farinha, macarrão e pão), nos vegetais feculentos (batata, mandioca e inhame), na gordura (óleo, azeite, margarina, amendoim, castanha, coco, abacate, manteiga, carne gorda e maionese) no açúcar, no mel e nos doces.
Alimentos energéticos extras
Embora tenham vitaminas, em razão do alto teor de energia, devem ser consumidos com moderação.
Podem ser encontrados nos óleos e nas gorduras (margarina, manteiga, óleo vegetal e azeite de oliva), nos açúcares adicionais (doces e açúcar para adoçar sucos, chás e cafés).
Alimentos construtores
Ricos em proteína, ferro e cálcio, são responsáveis pela manutenção e pela construção do corpo. Também formam os hormônios, as enzimas e os anticorpos.

Óleos, gorduras e açúcares.
Devem ser incluídos na alimentação, com moderação.
Alimentos Construtores.
Use no almoço e jantar. Leite e derivados, no café da manhã e/ou lanche.
Alimentos Reguladores.
Use no almoço e no jantar. Coma pelo menos duas frutas por dia.
Alimentos Energéticos.
Use em todas as refeições.
Encontram-se nas carnes, no fígado e nos rins, nos ovos, no leite e em seus derivados (queijo, iogurte e coalhada) e nas leguminosas secas (feijão, ervilha seca, lentilha, soja e grão de bico).
Alimentos reguladores
Com vitaminas, minerais e fibras, são responsáveis pelo funcionamento do corpo. Entre suas tarefas estão facilitar a digestão, aumentar a resistência às infecções, proteger a pele, a visão e os dentes.
Estão presentes nas frutas (limão, laranja, goiaba, mexerica, caju e manga), nas verduras (agrião, alface, repolho, couve, escarola e espinafre), nos legumes (jiló, pimentão, pepino, chuchu, berinjela e cenoura) e nos cereais integrais (arroz integral, pão de trigo e aveia).
Sugestão de cardápio diário
Café da manhã
1 fruta
2 fatias de pão integral ou três torradas integrais com requeijão ou queijo branco
1 iogurte
Lanche (metade da manhã)
1 fruta
Almoço e jantar
Verduras cruas à vontade
½ escumadeira de arroz ou macarrão, ou batata, ou mandioca
½ concha de feijão
1 porção de carne sem pele e sem gorduras
1 escumadeira de legumes (abóbora, brócolis e espinafre pelo menos três vezes por semana)
1 fruta
Lanche (metade da tarde)
1 fruta
Jantar
O jantar pode ser substituído por duas conchas grandes de sopa feita com dois legumes, dois tipos diferentes de folhas, sendo uma escura, um tipo de carne e um pouco de macarrão ou arroz.
Pelo menos uma vez por dia é preciso comer uma fruta amarela (abacaxi, laranja, pêra ou melão, entre outras).
Ceia (meia hora antes de dormir)
Chá de erva-doce
Controle o seu peso
A tabela abaixo, válida para as pessoas com 60 anos ou mais, é uma forma de identificar se o peso está acima do adequado ou não, levando em consideração a altura do idoso.

Tabela do peso
Altura Peso ideal em quilos
1,45
1,50
1,55
1,60
1,65
1,70
1,75
De 46,2 a 56,7
De 49,5 a 60,7
De 52,8 a 64,8
De 56,3 a 69,1
De 59,3 a 73,4
De 63,6 a 78
De 67,3 a 82,6
Atividade física
nunca é tarde para começar
A atividade física é um ponto importante na qualidade de vida do idoso. No entanto, o tipo de exercício a ser realizado depende do organismo e da vontade de cada um. Segundo Silene Sumire Okuma, coordenadora do grupo de pesquisa em educação física para idosos da Faculdade de Educação Física da Universidade de São Paulo, não há nenhuma fórmula predeterminada do que deve ser feito na terceira idade. Por essa razão, dois fatores são preponderantes na escolha da atividade física. Primeiramente, o idoso precisa olhar para si e ver qual a sua capacidade funcional nas atividades do dia-a-dia, como subir as escadas de um ônibus, carregar panelas de pressão, arrumar camas, abaixar-se para ver o forno, por exemplo. A atividade física irá melhorar sua capacidade de desempenhar essas e outras tarefas cotidianas.
Avaliação de saúde

O outro fator fundamental é a avaliação da saúde do idoso. Estudos mostram que pelo menos 70% dos idosos têm um problema de saúde e a atividade física pode ser uma grande aliada do tratamento. A prática da atividade física pode controlar a manifestação e os sintomas de várias doenças, como a hipertensão, por exemplo, e reduzir o consumo de remédios. Para isso, é preciso trabalhar com três sistemas do corpo humano: o cardiovascular, o nervoso e o músculo-esquelético.
O que fazer
Após a realização desse dois passos iniciais, a avaliação de sua capacidade funcional e de sua saúde, o idoso deve escolher a atividade de que mais gosta. É importantíssimo que ele tenha prazer. Ao fazer algo que não gosta, o idoso pára após dois meses do início dos exercícios, por isso vale experimentar várias atividades físicas até encontrar a que melhor se adapta ao seu perfil. Entre as atividades que trabalham o sistema cardiovascular estão andar de bicicleta, caminhar e fazer natação. Privilegiam o sistema músculo-esquelético a musculação e a ginástica, por exemplo, e atividades como yoga e tai chi chuan, com seus movimentos mais suaves, dão mais atenção ao sistema nervoso.
Quem já fazia
De acordo com Sumire Okuma, quem sempre fez atividades físicas pode mantê-las, quando chegar à terceira idade. Além disso, o idoso jovem (60-65 anos) não tem restrições a exercícios. Contudo, é importante frisar que quem nunca praticou exercícios pode começar com qualquer idade, desde que observados os fatores de saúde e a capacidade funcional do corpo.
Após tomar a decisão, o idoso deve fazer uma avaliação clínica para saber qual a atividade ideal a ser adotada. Os que não gostam de ficar sozinhos podem formar grupos de amigos ou procurar instituições que tenham cursos voltados para a terceira idade.
Caminhadas
A maioria dos idosos, hoje, prefere fazer caminhadas por dois motivos: não é preciso ter habilidades específicas e é uma atividade que não tem custo. É bom lembrar, alerta Sumire Okuma, que a caminhada não supre todas as necessidades do corpo, pois trabalha apenas o sistema cardiovascular e o músculo-esquelético. Esse último fica restrito aos pés e às pernas. Já a hidroginástica pode ser adotada pelos que gostam de água, independentemente de saberem nadar, pois este conhecimento não é pré-requisito.
Freqüência
O ideal é fazer atividades físicas duas vezes por semana, pelo menos, por uma hora, mas não existe receita. O idoso pode dedicar-se apenas uma vez por semana e isso será melhor do que levar uma vida sedentária. Além disso, as limitações devem ser apenas físicas. Se, por exemplo, a pessoa tiver 92 anos e quiser fazer dança do ventre, não haverá problema. O idoso deve saber diferenciar o que é limitação física das sociais, adverte Sumire Okuma.
Benefícios da atividade física
Melhora da velocidade ao andar e do equilíbrio;
Melhora da auto-eficácia;
Contribuição para a manutenção e/ou o aumento da densidade óssea;
Auxílio no controle do diabetes, da artrite, das doenças cardíacas e dos problemas com colesterol alto e hipertensão;
Melhora da ingestão alimentar;
Diminuição da depressão;
Redução da ocorrência de acidentes, pois os reflexos e a velocidade ao andar ficam melhores;
Manutenção do peso corporal e melhora da mobilidade do idoso.
Prepare-se para a atividade
Evite fazer exercícios físicos sob o sol forte;
Tome água moderadamente antes, durante e depois da atividade física;
Use roupas leves, claras e ventiladas;
Não faça exercícios em jejum, mas evite comer demais antes da atividade física;
Use sapatos confortáveis e macios.

Como garantir uma boa noite de sono
O padrão de sono dos idosos é diferente do dos jovens e adultos. Com a idade, o tempo de sono é menor, o despertar acontece mais cedo e as sonecas durante o dia são comuns. Além disso, uma pesquisa da Sociedade Internacional de Geriatria mostrou que 50% dos idosos no mundo sofrem de algum distúrbio de sono, sendo os mais comuns a insônia e a apnéia.
Outra característica do sono das pessoas mais velhas é a dificuldade que elas têm de voltar a adormecer se forem despertadas de 60 a 90 minutos após adormecerem. Os médicos alertam, no entanto, que as sonecas, ou o “sono picado”, se ocorrem em exagero, são o sinal de que algo não vai bem com o organismo e o sono do idoso. “Para saber se a sonolência diurna do idoso é resultado de depressão, de algum distúrbio ou de sono insuficiente, é preciso procurar um especialista”, afirma o doutor Denis Martinez, especialista em medicina do sono. Ou seja, os padrões de sono mudam com o envelhecimento, porém dormir mal e acordar com a sensação de cansaço todos os dias não devem fazer parte do dia-a-dia do idoso.
Distúrbios do sono que atingem os idosos
Insônia
Estudos mostram que os idosos insones chegam a 38% da população e que, geralmente, a insônia está ligada a doenças neurológicas (Mal de Alzheimer ou Mal de Parkinson) e cardiorrespiratórias. A insônia também pode ser causada por fatores psicológicos, sendo o mais comum a depressão, e por determinados medicamentos. Mudanças simples de hábito (veja dicas a seguir) e tratamento médico podem ajudar o idoso a recuperar o sono.
Apnéia
É caracterizada por paradas de respiração, por no mínimo dez segundos, durante o sono. O ar não consegue sair nem entrar pela boca ou pelo nariz da pessoa, ocasionando vários despertares breves ao longo da noite. Esse distúrbio, freqüentemente, é associado aos roncos e sua ocorrência aumenta com o envelhecimento. Enquanto atinge apenas 4% nos homens de meia-idade, nos que têm mais de 65 anos chega a 28%. Nas mulheres, o aumento é de 2% na meia-idade para 24% depois dos 65 anos, devido à perda dos hormônios femininos após a menopausa. Para elas, a terapia de reposição hormonal pode ser a solução do problema. É comum que a pessoa desconheça que tem o problema. Os tratamentos incluem aprender a dormir em posição correta, dispositivos que ajudam a manter as vias respiratórias abertas, medicamentos e cirurgia.
Movimentos dos membros
Com o envelhecimento, aumenta a freqüência dos movimentos dos membros inferiores durante o sono. Além disso, a pessoa tem a sensação de “arrastamento” das pernas, causando despertares durante a noite e diminuindo o tempo de sono do indivíduo. Quem tem esse distúrbio apresenta insônia, irritabilidade e cansaço mental. Para esses casos, os médicos orientam o paciente a sair da cama sempre que os movimentos surgirem e se distrair com outras atividades, além de fazer exercícios físicos durante o dia e consultar um especialista.
O que pode prejudicar o sono
Problemas físicos
Dores nas costas, na cabeça, no pescoço, nas articulações, musculares e câimbras
Artrite
Osteoporose
Azia
Refluxo gastroesofágico
Angina
Bronquite
Enfisema
Varizes
Problemas de próstata
Incontinência urinária

Problemas pessoais
Luto
Inatividade
Perda de status e renda
Depressão
Deterioração física
Medicamentos
Corticóides
Antiinflamatório potente, usado em casos de asma, reumatismo, doenças neurológicas
Diuréticos
Utilizado em casos de pressão alta e em pacientes com inchaço
Broncodilatadores
Também usado nos casos de asma, relaxa a musculatura dos brônquios, facilitando a respiração
Betabloqueadores
Têm finalidade semelhante aos broncodilatadores, sendo utilizados no tratamento de cardiopatias
Hipnóticos
Remédios que provocam o sono
Tranqüilizantes
Deixam a pessoa sonolenta, mas nem sempre fazem o indivíduo dormir
Dicas úteis
Procure deixar o quarto escuro e silencioso, e nem muito frio nem muito quente. As condições ambientais do quarto são essenciais para uma boa noite de sono. Evite comer alimentos pesados ao jantar e algumas horas antes de dormir. Caso você sinta fome antes de se deitar, prefira um leite quente a outros alimentos.
Não beba chá nem café antes de ir para a cama.
Só tome comprimidos para dormir com indicação médica.
Evite fazer exercícios físicos antes de dormir. Reserve o período da manhã ou da tarde para as atividades físicas.
Tome um banho quente antes de se deitar para estimular o sono.
Se tiver insônia, não fique na cama. Procure alguma atividade, como ler, ouvir música, ou rezar.

Use roupas leves e confortáveis.
Escolha o colchão certo para o seu corpo. As lojas têm tabelas que mostram qual o colchão adequado para determinado peso, o qual não pode ser nem muito duro e nem muito mole.
Evite o consumo excessivo de líquidos depois das 18 horas, a fim de reduzir a probabilidade de você acordar no meio da noite para ir ao banheiro.
Evite ver televisão antes de ir dormir. Até uma hora depois de a TV ser desligada os sentidos de percepção continuam ativos, o que pode prejudicar a noite de quem tem maior dificuldade em adormecer.
Evite as bebidas alcoólicas e o cigarro. Mesmo uma quantidade pequena de álcool pode prejudicar o sono. No caso do cigarro, a nicotina é um estimulante.
Estabeleça uma rotina na hora de se deitar. Faça sempre as mesmas coisas à noite para o corpo saber que é hora de se tranqüilizar.
Use o quarto apenas para dormir. Depois de apagar a luz, leva-se cerca de 15 minutos para adormecer. Após esse período, se você continuar acordado, saia da cama e só volte quando o sono aparecer.
Se tiver dor, não tome remédio para dormir. Consulte um médico para que ele lhe indique o tratamento mais adequado.
Cuidados com os planos de saúde
O que muda com o estatuto
A partir de janeiro de 2010, as empresas de planos de saúde não poderão aplicar o reajuste por idade após os 60 anos.
Hoje, há sete faixas etárias até os 70 anos.
O governo, os convênios médicos e os órgãos de defesa do consumidor têm até o final de dezembro para regulamentar a nova regra de reajuste, definindo as faixas etárias que passarão a ser adotadas.
A ANS (Agência Nacional de Saúde) deve abrir consulta pública para receber sugestões sobre a regulamentação.
O estatuto também prevê que os planos não podem negar aos idosos a cobertura de próteses e órteses.

Cuidado com os dentes e a boca
As cáries
As cáries não são um problema apenas das crianças; elas podem aparecer em qualquer idade, desde que a pessoa tenha dentes naturais. Os resíduos de alimentos e os microorganismos da boca acabam formando a chamada placa dental, uma camada que fica sobre os dentes. Os microorganismos destroem o esmalte dos dentes, provocando as cáries. Para proteger os dentes, as aplicações de flúor são uma boa alternativa. Usar um creme dental com flúor, escovar os dentes corretamente e usar o fio dental ajudam a manter a saúde bucal. Pergunte ao seu dentista como fazer a escovação correta e qual o melhor creme a ser utilizado. No caso dos idosos, a diminuição da saliva em razão de medicamentos também pode provocar cáries, pois a saliva tem as funções de lavar os dentes, de inibir o crescimento bacteriano e de diminuir a acidez bucal.
As gengivas
As infecções nas gengivas podem chegar aos ossos que sustentam os dentes. Quando a placa dental permanece no dente por muito tempo, forma uma camada dura, que não pode ser limpa com a escova de dentes. Essa camada acaba inflamando a gengiva, causando sangramentos, o que é chamado de gengivite. Se não for tratada a tempo, a gengiva pode formar pequenas bolsas sobre os dentes, afetando o tecido que os sustenta, o que, em um caso extremo, pode levar à perda dos dentes.
Dicas para prevenir os problemas nas gengivas.
Escove os dentes e use o fio dental pelo menos uma vez por dia.
Visite regularmente seu dentista para fazer uma revisão e a limpeza dos dentes.
Tenha uma dieta balanceada.
Evite o cigarro.
Próteses (dentaduras)
Nos primeiros dias de uso, as dentaduras podem ser incômodas para a pessoa. Para reduzir o desconforto, os dentistas recomendam que, nesses períodos, o paciente coma alimentos macios e não pegajosos, corte a comida em pedaços pequenos e masti-gue-a lentamente, usando os lados da boca (leia o capítulo sobre alimentação). Quem usa dentadura pode ficar com a boca mais sensível a alimentos e líquidos quentes. Também é preciso cuidado, pois é menor a sensibilidade à presença de corpos estranhos, como ossos, por exemplo.
É indispensável fazer a manutenção da dentadura para que ela dure mais. É preciso limpar e retirar os alimentos da prótese, pois eles podem manchá-la, além de causar mau hálito e inflamação das gengivas. Uma vez por dia, escove a dentadura, de preferência com produtos especiais para tirar as impurezas, e, antes de dormir, tire-a e coloque-a na água ou em um líquido para limpeza. As recomendações valem também para as dentaduras parciais.
Implantes dentários
Eles são pequenas peças de metal colocadas na mandíbula para sustentar dentes falsos ou dentaduras parciais. Cabe ao dentista avaliar se o paciente pode ou não fazer o implante. Isso depende de um exame dental e médico. As gengivas do paciente devem estar saudáveis e o maxilar precisa ter capacidade de suportar os implantes.
Lidando com o trânsito
Reflexos mais lentos e dificuldade na visão afetam tanto a vida do idoso pedestre como a do que costuma dirigir. Por isso, ao fazer caminhadas ou pegar no volante é preciso tomar alguns cuidados especiais. Segundo Susana Nunes Penna, consultora da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP), é um equívoco o idoso achar que as limitações de saúde não interferem no dia-a-dia. Esse engano é facilmente comprovado pelas estatísticas. Os idosos são a faixa etária com maior número de mortes por acidente.
Embora os jovens liderem as estatísticas de acidentes de trânsito, a mortalidade entre os idosos é maior, pois esses têm o organismo mais debilitado, com maior dificuldade para se recuperar, explica Susana Penna. Apenas em São Paulo, em 1999, na população com idade entre 66 e 77 anos, houve 15,6 mortes para 100 mil habitantes. Na faixa entre 71 e 75, esse número subiu para 24,3 e, acima dos 75 anos, para 45,6.
Para o idoso, dirigir é manter sua autonomia e sua independência, principalmente em um país no qual os meios de transporte coletivo não são adequados. “Deixar o carro de lado representa uma limitação dolorosa; sua vida social fica prejudicada e sua auto-estima cai”, afirma José Montal, vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). Atualmente, de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), há no País 4,5 milhões de motoristas habilitados com idade entre 56 e 99 anos, 12,85% do total de 35 milhões.
Embora o idoso seja mais prudente, ele deve evitar trechos que não domina e não correr muito, pois a perda de cognição (capacidade de decisão, de associar informações), a hipertensão e os problemas na visão, nas articulações e na musculatura podem fazer com que ele tenha de reduzir o uso do carro ou até deixar de dirigir. De acordo com dados da Abramet, por exemplo, na pessoa com idade entre 70 e 80 anos a flexão no joelho é de 58%, quando nos mais jovens (de 20 a 35 anos) chega a 78%. Além disso, os remédios que o idoso toma podem prejudicar seus reflexos, aumentando o risco de acidentes. Por esses motivos, a partir dos 65 anos, segundo o Código Brasileiro de Trânsito, o motorista deve fazer o exame de saúde para renovar a carteira de habilitação a cada três anos - até essa idade, o prazo é de cinco anos.
Segundo a Abramet, a maior parte dos acidentes envolvendo idosos acontece em situações em que é preciso tomar decisões, como fazer uma conversão à esquerda, mudar de faixa, notar o sinal vermelho. Para decidir se é hora ou não de parar, o ideal é que o idoso e sua família procurem um médico para que ele avalie as condições de saúde do motorista. Doenças degenerativas do sistema nervoso central, como o Mal de Parkinson e de Alzheimer, impedem o idoso de dirigir. “Muitas vezes a alternativa encontrada é reduzir as saídas do idoso, fazer com que ele adote apenas trajetos conhecidos, para não ter que o afastar totalmente do carro”, afirma Montal.
Dicas
Ao andar nas ruas
Evite sair às ruas nos horários de pico.
Inicie a travessia de uma rua logo que o farol fique vermelho para os carros. Assim, você evitará o risco de o semáforo abrir, quando você estiver na metade da via.
Continue a observar os carros enquanto atravessa a rua, mesmo que você esteja na faixa de segurança.
Reivindique os assentos reservados para os idosos nos transportes públicos. Em pé você fica mais vulnerável a acidentes em decorrência de brecadas ou devido à velocidade do ônibus ou do metrô.
Mantenha sua atenção redobrada ao entardecer e à noite, pois a mudança de luminosidade dificulta a visão do motorista e do pedestre.
Use roupas claras para auxiliar a visão do motorista.
Evite tapar sua visão com sombrinhas e guarda-chuvas.
Na chuva, o pedestre deve aumentar a distância que mantém dos carros, pois a freagem é mais difícil e o risco de acidentes aumenta.
Fique atento aos trechos da calçada que são espaço comum para os pedestres e os carros, como, por exemplo, saída de garagens e postos de gasolina. Nesses casos, pare e só atravesse se tiver certeza de que nenhum carro está saindo da garagem.
Ande longe do meio fio. Um carro em alta velocidade pode desequilibrar o pedestre.
Se estiver em grupo, ande em fila indiana (um atrás do outro).
Evite atravessar ruas em que haja, na calçada, bancas de jornais e orelhões. Esses obstáculos podem dificultar a visão do motorista.
Certifique-se de que o motorista consiga vê-lo e vice-versa.
Em estradas ou ruas que não têm calçadas, ande no acostamento.
Se houver um obstáculo obstruindo a passagem pela calçada, contorne-o e olhe sempre para os lados.
Em locais onde há faixa de pedestres, mas a rua não possui semáforo, olhe para todos os lados e fique atento à movimentação dos carros enquanto atravessa a via.
Em ruas sem sinalização, atravesse no meio do quarteirão. É o local de melhor visão para o pedestre.
Ao andar em estacionamentos, preste atenção à luz de ré dos automóveis para ver se não estão saindo.
Se precisar, não tenha vergonha de pedir ajuda para atravessar a rua.
Ao pegar no volante
Conheça seus limites. Um motorista precavido reduz a chance de acidentes.
Lembre-se de sempre usar o cinto de segurança.
Evite dirigir sozinho. Tenha sempre uma companhia para ajudá-lo.
A maioria dos acidentes com idosos acontece por causa de erros de avaliação do motorista. Assim, tenha atenção redobrada ao passar por cruzamentos, fazer conversão à esquerda, mudar de faixa e olhar o semáforo. Tenha cuidado ao aproximar-se de cruzamentos. Olhe duas vezes antes de avançar. Às vezes é melhor fazer um caminho mais longo, com três conversões à direita, do que uma à esquerda.
Verifique com seu médico se os remédios que você toma podem prejudicá-lo ao dirigir. Em caso positivo, peça a indicação de outro medicamento ou converse com seu médico sobre a possibilidade de não dirigir mais.
Faça itinerários que você já conheça e tenha o caminho em sua mente antes de sair de casa.
Tenha certeza de que está na faixa correta. Por exemplo, se você sabe que precisa fazer uma conversão à direita, tente ficar na faixa à direita três ou quatro quarteirões antes.
Fique atento em relação pedestres.
Fique atento às luzes de freio e ré dos outros carros. Ao parar seu veículo, mantenha distância suficiente para manobrá-lo em caso de emergência.
Dirija apenas nas áreas apropriadas, quando estiver em um estacionamento. Nunca passe com o carro pelas áreas destinadas aos veículos parados.
Lembre-se, nos dias de chuva, de que as ruas continuam molhadas por um bom tempo, prejudicando as freadas.
Lembre-se de ligar os faróis do carro em caso de chuva ou neblina.
Não ande muito próximo aos caminhões e tenha exata noção do comprimento do caminhão antes de o ultrapassar.
À noite
À noite e ao entardecer, a visão fica prejudicada. Por isso, se você sentir que não consegue enxergar direito, evite dirigir nesses horários ou procure um oftalmologista. Um óculos pode resolver o problema.
Se precisar dirigir à noite, tente restringir seu itinerário às ruas que lhe são familiares.
Não olhe diretamente para as luzes dos carros que vêm em direção contrária.
Use farol alto, quando necessário, mas lembre-se de voltar para o baixo quando cruzar com outros veículos.
Quando um carro com luz alta estiver atrás do seu, deixe-o passar.
Quando parar de dirigir?
A seguir, são listados alguns sinais presentados pelo motorista, que indicam a perda da capacidade de dirigir com segurança. Caso você apresente algum deles, saiba que a decisão de parar ou não deve ser tomada, de preferência, em conjunto com a família e um médico especialista:
Ter sofrido uma série de pequenas colisões;
Falta de concentração ao dirigir;
Dificuldade em assimilar os sinais de trânsito com rapidez.
Evite os acidentes domésticos
O perigo também está em casa, principalmente no caso dos idosos. Segundo o Sistema Único de Saúde (SUS), um terço dos atendimentos por lesões traumáticas nos hospitais do País ocorre com pessoas com mais de 60 anos. E o mais espantoso é que cerca de 75% dessas lesões acontecem dentro de casa, sendo que 34% das quedas provocam algum tipo de fratura. A maior parte desses acidentes (46%) acontece no trajeto entre o banheiro e o quarto, principalmente à noite. Há ainda o agravante de que a recuperação do idoso é mais difícil, e durante a convalescença ele fica sujeito a desenvolver doenças pulmonares e problemas nas articulações. A boa notícia é que a prevenção é simples e implica apenas a mudança de alguns hábitos.
Causas mais freqüentes
Andar sobre pisos molhados, úmidos ou encerados.
Andar só de meias ou usar chinelos e sapatos mal ajustados.
Móveis no meio do caminho (gavetas abertas, por exemplo), principalmente entre o quarto e o banheiro.
Escadas com degraus de tamanhos diferentes.
Tapetes nos quartos, banheiros e em outros cômodos da casa.
Pouca iluminação nos ambientes.
Colocar-se em pé em cima de um banco ou cadeira.
Tontura ao levantar-se.
Visão alterada pela idade.
Perda do equilíbrio, muitas vezes causada por remédios.
Enfraquecimento dos ossos e dos músculos do idoso.
Soleiras das portas não niveladas com o chão.
Dicas gerais
Em toda a residência
Mantenha uma boa iluminação em todos os cômodos da casa e uma luz na entrada principal da residência.
As lâmpadas devem ser de fácil manutenção e substituição.
Nunca deixe fios elétricos e de telefone desprotegidos. Prenda-os à parede.
Evite tapetes no chão, principalmente nas escadas. Se for usá-los, fixe-os ao chão.
Pinte de cores diferentes ou faça marcas visíveis no primeiro e no último degraus das escadas. Elas devem ter degraus com piso antiderrapante. Converse com seu médico sobre a necessidade de colocar barras de apoio (corrimão).
Use sapatos com saltos largos e calcanhares reforçados, para evitar que o pé se movimente. Não use chinelos. Prefira os calçados fechados.
Cuidado para não errar a dosagem dos remédios.
Não use camisolas e robes compridos, para evitar tropeços, principalmente no meio da noite.
No quintal, evite o acúmulo de folhas e flores úmidas no chão.
Ao dormir, deixe a luz do corredor acesa para auxiliar a visão caso acorde no meio da noite.
Se cair e tiver dores, procure assistência médica. Deixe o telefone em um local de fácil acesso, para quando for necessário pedir ajuda.

No quarto
Procure utilizar uma cama larga, com altura suficiente para que sentado você consiga apoiar os pés no chão, evitando tonturas. Ao deitar-se, utilize sempre um travesseiro para apoiar a cabeça.
Use uma mesa de cabeceira, de preferência, com bordas arredondadas e procure fixá-la ao chão ou à parede, para evitar que se desloque caso você se apoie nela.
Mantenha uma cadeira ou poltrona no quarto, para que você possa sentar-se na hora de calçar meias e sapatos.
Os interruptores devem estar ao alcance de sua mão quando você estiver deitado na cama, para evitar que você se levante no escuro.
Evite prateleiras muito altas ou baixas, para diminuir o esforço físico ao procurar algum objeto.
No banheiro
O piso do box, assim como de todo o banheiro, deve ser antiderrapante.
Evite prateleiras de vidro e superfícies cortantes, e não use aquecedores a gás dentro do banheiro. Eles devem ficar em um local arejado da casa, como, por exemplo, a área de serviço.
Se for necessário, utilize barras de apoio no box e nas paredes próximas ao vaso sanitário.
O banheiro deve ter espaço útil para duas pessoas, para o caso de você precisar de ajuda.
Certifique-se de que os interruptores e as tomadas elétricas estão em locais altos e em áreas secas do banheiro.
Na cozinha
Os armários não devem ficar em locais muito altos. Guarde os objetos que são pouco utilizados nos armários superiores e os de uso freqüente, em locais de fácil acesso.
Instale o botijão de gás fora da cozinha.
Evite colocar peso nas portas da geladeira e utilize as prateleiras que não exijam que você abaixe ou levante muito os seus braços.
Os fornos elétricos e os microondas devem ser instalados em local de fácil acesso.
Lembre-se de desligar fornos, microondas e ferros de passar roupa, após o uso.
Nas salas
Procure utilizar cores claras nas paredes e aumentar a iluminação, tornando-a três vezes mais forte que o normal, para compensar suas dificuldades visuais. Uma boa dica é completar a iluminação fazendo uso de luminárias de fácil manutenção.
Opte por sofás e poltronas confortáveis, com assentos não muito macios, e que facilitem os atos de sentar-se e levantar-se.
Evite quinas de vidro, metal ou materiais cortantes em mesas de apoio.
Não use tapete embaixo da mesa da sala jantar e deixe um espaço no entorno da mesa para a movimentação das pessoas.
Prefira pisos antiderrapantes.
Sexo na terceira idade

Não há idade para o sexo, ou seja, homens e mulheres saudáveis podem se manter sexualmente ativos por toda a vida. Segundo os especialistas, o preconceito e a falta de informação atrapalham o desenvolvimento da sexualidade na terceira idade. Há mudanças físicas, sim, mas elas não são as responsáveis pelo fim da intimidade entre o casal. Na avaliação dos sexólogos, as barreiras são socioculturais, ou seja, a idéia de que o sexo é privilégio dos mais jovens e que não pode fazer parte da idade madura. Para quem tem essa visão, aos mais velhos cabe o amor platônico, pré-adolescente.
É claro que as necessidades sexuais do idoso são diferentes das do jovem, pois as pessoas mais velhas vivem outro momento da vida, prezam mais a intimidade com seu companheiro ou companheira do que, por exemplo, a freqüência das relações sexuais. O sexo entre pessoas mais velhas é muito natural e importantíssimo para manter a qualidade de vida, pois ajuda a perder peso, melhora o apetite e a digestão, além de favorecer a circulação sanguínea. Ou seja, não há contra-indicações.

O que muda no corpo
Das mulheres
Com a menopausa, há a queda de hormônios sexuais, o que reduz sua capacidade de sentir desejo. Além disso, a lubrificação vaginal também diminui, causando às vezes dor no ato sexual e dificultando o orgasmo. A reposição hormonal pode ser uma solução para esses problemas, mas é preciso consultar um médico para saber se o tratamento se aplica ao caso. Maior atenção às preliminares e às carícias por parte do companheiro também podem aumentar o prazer sexual da idosa.
Dos homens
O maior problema vivido pelos homens é a dificuldade de ter e manter a ereção. Segundo pesquisas, após os 65 anos, entre 15% e 25% dos homens têm esse problema. A impotência pode estar associada a doenças como diabetes, hipertensão, doenças do coração (leia abaixo). Remédios para hipertensão e antidepressivos também reduzem o desejo sexual. Nessa faixa etária, o homem demora mais para ter a ereção, a rigidez do pênis também não é a mesma da juventude, o volume de esperma pode ser menor e o período entre a ereção e a ejaculação também é reduzido. No entanto, esses problemas podem ser contornados com medicação (no caso da impotência) ou por estimulação erótica antes do ato sexual.

As doenças e o sexo
“Sexo não mata, mas o esforço físico em exagero sim”, é o alerta feito pela médica e psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo. O desempenho sexual é, na verdade, um termômetro do estado de saúde física e mental do casal na terceira idade. Entre as doenças que podem afetar o desejo na terceira idade estão:
Artrite
O contato sexual pode ficar incômodo por causa da dor nas articulações. Mudança de posição no ato sexual, exercícios, descanso e banhos quentes podem reduzir o desconforto.
Diabetes
A doença pode provocar impotência nos homens. Na maioria dos casos, o tratamento médico ajuda.
Coração
A atividade sexual corresponde a uma sobrecarga para o coração, pois há aumento da freqüência cardíaca (número de batimentos por minuto) e da pressão arterial. No entanto, o esforço, se acontece em condições de bem-estar psicológico, corresponde a subir dois lances de escada. Alguns homens podem apresentar problemas de ereção e, os que sofreram enfarto podem retomar a vida sexual em semanas. E não há nenhum perigo de um homem sofrer um enfarto durante a relação sexual. “O que acontece com freqüência, é a mulher olhar para seu companheiro como um enfartado em potencial, o que acaba prejudicando a vida sexual do casal”, diz a psiquiatra Carmita Abdo. É importante deixar claro que os fatores de risco que causam as doenças cardiovasculares são os mesmos que provocam a disfunção erétil, ou seja, o tabagismo, a hipertensão, o colesterol alto e a diabetes.
Incontinência
A falta de controle da bexiga e o escape de urina ficam mais comuns com o envelhecimento, principalmente nas mulheres. Devido à pressão extra sobre o abdome durante o ato sexual, a incontinência pode fazer com que o casal deixe de manter relações sexuais. No entanto, há tratamento para esse problema, basta consultar um médico.
Acidente vascular cerebral
Os acidentes vasculares cerebrais raramente afetam a capacidade de a pessoa manter relações sexuais, embora em alguns casos o homem possa ter problemas de ereção.
Depressão
O problema afeta 15% dos idosos, provocando, nos homens, a falta de interesse pela companheira e a impotência e, na mulher, a diminuição do desejo sexual.
Doenças Sexualmente Transmissíveis
Em conseqüência do uso de remédios contra a impotência, pode haver um aumento na atividade sexual, em uma idade em que já não está mais presente a preocupação com a gravidez. Entretanto, sempre existe o risco de se contrair Doenças Sexualmente Transmissíveis, inclusive Aids. Por isso a recomendação é jamais dispensar o uso de preservativos.
Como melhorar a vida sexual
Como já foi dito antes, o desempenho sexual é um termômetro da saúde física e mental do homem e da mulher. Assim, se o desejo diminui ou um companheiro não é correspondido pelo outro, é hora de procurar um médico.
Dicas
Converse com seu médico sobre as mudanças em seu corpo e o que muda na vida sexual do casal.
Não tenha vergonha de conversar com seu (sua) companheiro(a). Exponha as dificuldades encontradas e mostre o que lhe dá mais prazer.
Saia para jantar, dançar, ir ao cinema com seu (sua) companheiro(a). Lembre-se de que a vida familiar e a rotina podem atrapalhar sua vida sexual.
Experimente novos horários para as relações sexuais. No período da manhã, por exemplo, o corpo tem mais energia.
Não tenha pressa. Dedique o tempo necessário às carícias.
Saiba que a masturbação pode ser uma alternativa de atividade sexual para mulheres e homens solteiros, viúvos, separados, mas que também pode ser adotada por aqueles que têm companheiros.
Tenha um estilo de vida saudável, faça exercícios, mantenha uma boa alimentação.
Valorize-se e ao seu (a sua) companheiro (a). Lembre-se de que o sexo não está restrito aos mais jovens.
Pergunte ao seu médico se os medicamentos estão prejudicando o seu desempenho e peça alternativas de tratamento.

Onde tirar dúvidas
O Projeto Sexualidade, do Hospital das Clínicas de São Paulo, mantém um serviço telefônico de tira-dúvidas sobre sexo. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer lugar do País, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas. O número do telefone é 0800-162044.
O benefício de amparo ao idoso

O governo federal mantém um benefício para os idosos que não conseguem se sustentar e cujas famílias também não podem ajudá-los. O amparo assistencial ao idoso tem o valor de um salário mínimo e é pago a pessoas com 65 anos ou mais. O auxílio deixa de ser liberado após a morte do beneficiário e não há o pagamento do 13º salário.
Requisitos
A pessoa tem de ter 65 anos de idade ou mais.
A renda familiar per capita (por pessoa) deve ser inferior a um quarto do salário mínimo.
O idoso não pode receber nenhum outro benefício e nem ter vínculo com planos de previdência.
Onde pedir
O idoso deve pedir o benefício nos postos e nas agências da Previdência Social, apresentando os seguintes documentos:
PIS/PASEP ou número de inscrição de contribuinte individual, doméstico, facultativo ou trabalhador rural;
Carteira de identidade e/ou carteira de trabalho; CPF; Certidão de nascimento ou casamento; Comprovante de rendimentos dos membros do grupo familiar.
Formulários que devem ser preenchidos (entregues nos postos e agências da Previdência):
Requerimento de benefício assistencial;
Declaração sobre a composição do grupo e da renda familiar.
Uma mãozinha da Justiça
Os Juizados Especiais Federais foram criados para facilitar o acesso do cidadão à Justiça Federal que recebe, entre outras, ações previdenciárias. Em algumas cidades, há o Juizado Especial Previdenciário, que atende apenas ações contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre as vantagens estão o fato de a pessoa não precisar de advogado, as soluções dos casos serem mais rápidas e de as ações aceitas serem de até 60 salários mínimos.
O aposentado pode recorrer aos Juizados Especiais para cobrar, na Justiça, uma solução para os pedidos de revisão e concessão de aposentadoria. Caso o segurado ganhe a ação, o pagamento é feito no máximo em 60 dias após a sentença. Se houver recurso e esse for analisado em favor do segurado, o prazo para o pagamento é o mesmo. Podem recorrer ao juizado os segurados do INSS que pediram a aposentadoria ou a revisão de seu benefício há pelo menos 60 dias e não obtiveram resposta do órgão ou o pedido foi negado.
A seguir, confira os documentos que devem ser apresentados ao juizado:



Número do benefício (se possuir) ou requerimento do pedido de revisão;
Documentos relativos à situação previdenciária (carnês de pagamento, relação de salários de contribuição);
Em caso de doença (para benefícios por invalidez ou licença médica), exames e diagnósticos médicos que possuir;
Documentação pessoal (carteira de identidade, CPF, carteira de trabalho etc.).

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